Quatro bandeiras
04/12/18
Copacabana é um bairro onde boa parte da população está de passagem, são turistas acolhidos em seus infindáveis hotéis ou moradores de regiões mais pobres da cidade, que buscam em suas ruas meios de subsistir. Pelas calçadas ouvem-se muitos idiomas, alguns identificáveis, outros de que se pode apenas desconfiar e aqueles impossíveis até de arriscar. Na tarde de sábado, ouvi uma cantoria acompanhada de batucada e busquei a fonte sonora ainda fora de minha visão. Pouco depois, surgiu o grupo barulhento cantando alto e com pequenos instrumentos de percussão a marcar o ritmo. Dirigiam-se para uma van graúda a fim de embarcar. Eram todos brancos, homens e mulheres aparentando, na média, meia-idade, os cabelos eram todos claros e talvez estivessem um pouco alcoolizados. Sem parar a cantoria e a batucada, entraram, um após outro, no veículo miniatura de ônibus. Vários deles ostentavam bandeirolas de papel presas a uma pequena haste. Não soube identificar a pátria por elas assinalada. Liguei imediatamente para meu sobrinho, expert em bandeiras nacionais, mas ele não podia atender. Ao voltar para casa corri a procurar identificar o país dos estrangeiros folgazões. Em um site de bandeiras, com os países apresentados por ordem alfabética, logo esbarrei na bandeira de Andorra com as mesmas cores das bandeirolas, mas com um brasão, no centro, inexistente nas outras. Segui adiante e logo depois encontrei uma idêntica, de um país sobre o qual eu tudo ignorava: Chade (ou Tchad). Pesquisei sobre o país africano e pareceu-me impossível, aquelas pessoas brancas e loiras, serem chadianos. Voltei à coleção e achei duas outras bandeiras com as mesmas cores: a da Moldávia, com águia e touro no brasão e a da Romênia, onde está a Transilvânia, cenário do Drácula, de Bram Stoker. Ao leitor, a decisão. |
Sat, 08 Dec 2018 17:53:31 -0800 (PST) muito bom! sem assinatura Que bom que você gostou. |
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