Crônica do dia |
Que será, será! - "Whatever Will Be", com Doris Day. A música logo me veio à cabeça, não o filme, "The Man Who Knew Too Much" (O homem que sabia demais). O tecelão não se perde entre tantos fios, nem a aranha com suas seis fiandeiras e teia tão complicada. A vida traça e trança fios, tramas, destinos, acasos, mistérios. A espontaneidade da leitora me encantou: "Eu, que sou assim metida, já achei que a ***** sou eu. Como se fosse a única do mundo. Hahaha." Ela não assinou e as normas da casa são rígidas quanto à privacidade dos leitores. Por isto, seu nome sai como uma constelação. E você me pergunta: e o que uma coisa tem a ver com a outra? O elo de ligação está na resposta: 'Ah, que divertido! O mistério tem um encanto a se preservar. Responder, mesmo sem pergunta explícita, acabaria com o mistério do 'quem será?'... Fico com Buñuel, em 'Meu Último Suspiro': "Se fossemos capazes de entregar nosso destino ao Acaso e de aceitar sem fraquejar o Mistério de nossa vida, poderíamos estar próximos de uma certa felicidade, bastante parecida com a inocência." Quem será?' Há muito, penso em contar, à guisa de crônica, deste rincão tão rico do sítio - agora é site mesmo! - erigido de comentários e puxões de orelha dos leitores. Aí, chegou esta carta, que muito me divertiu e preferi não responder se corresponderia, ou não, ela ao nome da crônica, deixando, assim, o terrível "quem será?" a boiar, como neon azul... Aí, ecoou em mim a trilha da trama.
Tecia-se o mistério, apetitoso como bala favorita: Quem? - e a maçã de ouro a faiscar, Quem? e os três cavalheiros aos pés da Terezinha caída, Quem? e a esperança luminosa de ser o escolhido, a escolhida! Tudo isso se entrelaçava em mim: a ação: escolher e sua natural reação: acatar a escolha do Acaso e, com uma piscadela ao Mistério, escolher o escolhido para nós. |
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