Relaxa, 2009 será ímpar, portanto, sem eleições, aqui ou na matriz, não terá olimpíada nem aqui nem na China e, muito menos Copa do Mundo, deste ou de outro. Portanto, relaxa e, se for o caso, goza, no caso de não ir viajar. Baniria assim, 2009, de uma tacada, assunto de tanta conversa fiada, de intermináveis filosofias de botequim e de mil conchavos em coxias assembléias mil. Calaria um montão de especialistas, críticos de toda sorte e evitaria alegrias baratas e tristezas inúteis e, de quebra, pouparia vastas florestas de jornais, revistas, panfletos e outros papéis, principais ou de coadjuvantes e no tapete vermelho arderia, ainda, a velha fogueira.

Dois mil e nove, no sobe-e-desce das montanhas-russas de bolsas... - ah, bom o tempo em que ladrão dava opção: 'a bolsa ou a vida' e se ouvia, vez ou outra, alguém retrucar cheio de afetação: 'a bolsa? a bolsa, não, jamais!' Tempo em que os três cavalheiros, chapéu na mão, chagavam intrépidos para o resgate, da bolsa ou da vida, ciosos de que a todo tombo se segue a ingrata tarefa de se pôr de pé outra vez. Pé-de-moleque, de maria-mole, de quebra-queixo e rapadura, de olho na dentadura, pois cada linha dedura a entrelinha o que cala mais fundo dos ecos remotos de tempestades e profundezas, de Saraguinas e mais meninas, no apito da locomotiva na descida desabalada, maria-fumaça, smoke in Maria's eyes...

mais cedo ou mais tarde...

E o prefeito perfeito, pré-feito, perfumará cada senda da urbe - aglomeração humana tão desumana! - e com água-de-flor lavará as calçadas, onde cada um, mais cedo ou mais tarde, verá passar o amado, a amada e de mãos dadas bailarão cantigas de roda do velho Villa, no correr e escorrer do ano da Graça, da Ana, da Maria, da Lúcia, da Luciana, da Mariana, da Carolina e toda menina de dois mil e nove... Ah, e da Aída e da vinda de tudo de bom!