Rede Globo07/05/02"Um alto diretor executivo da Rede Globo, recentemente afastado, revelou um fato surpreendente, que implicará mudanças radicais nos meios de comunicação de massa do país e, por extensão, em toda a sociedade: Roberto Marinho está morto desde outubro do ano passado." A notícia, multiplicada pela comodidade do correio eletrônico, poderia estar em todos os computadores do mundo em pouco tempo, quer seja verdadeira, quer não. O fato surpreendente, que já implicou em mudanças radicais nos meios de comunicação, há algum tempo, é esta possibilidade de interligar todos os computadores do mundo! A mensagem prossegue por detalhes do colapso e sepultamento do ancião no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, sob falso nome, com a justificativa de evitar, assim, colapso do grupo empresarial... A morte do patriarca, pretérita ou futura, não deve abalar os alicerces de seu reino. Corporações sobrevivem, e muito bem, a seus fundadores. Quando cresce e se multiplica, a firma também se despersonaliza, torna-se impessoal, movida por forças tão inevitáveis quanto a gravidade. No entanto, muito mais do que a saúde do império dos Marinho o que me leva a sacudir estas linhas frente aos olhos amendoados das leitoras é o fenômeno de comunicação, já corriqueiro, mas ainda surpreendente. Qualquer um pode lançar uma notícia, a partir de um cyber-café, por exemplo, para que a origem se perca e mandar a mensagem para uma dúzia de pessoas com o cuidado, no final, de sugerir que se reproduza a mensagem através de cópias para "todas as pessoas de sua lista" etc. O porta-voz do "alto diretor executivo" demitido pode estar dizendo a verdade, como tudo pode ser mentira, que não se sabe a quem interessa. Como saber? A rede de computadores se tornou o lugar ideal para veicular ou circular qualquer tipo de informação. Não há editor, por isso, a maior parte é lixo. |
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