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Repeteco07/10/08Um novo turbilhão chacoalha roletas mundo afora num perde-ganha fenomenal onde já se sabe, desde sempre, quem perde, quem ganha. A propósito, jorram explicações como grãos de soja em boca da colheitadeira e, exatos 420 dias depois de sua primeira publicação, em 14 de agosto do ano passado, ouso repetir a mesmíssima crônica, que saiu, então, com o título 'Não espalha'. Ei-la, com ligeiras correções de linguagem e abreviação da introdução: Diante das inúmeras e mirabolantes explicações que ouvi, martela-me a memória, como nota persistente, uma outra, de John Kenneth Galbraith, aqui reproduzida na tradução de F. R. Nickelsen, da série de tevê "A Era da Incerteza" (The Age of Uncertainty) da BBC, de Londres, de 1977 apresentada aqui pela tevê Cultura, de São Paulo. Explica Galbraith: "Então veio a segunda descoberta em Amsterdam, embora o princípio fosse conhecido em toda parte. Os depósitos assim criados não precisavam ficar no banco inativos. Eles podiam ser emprestados. O banco então cobrava juros. Quem contraísse um empréstimo então passaria a ter um depósito que ele próprio podia usar. Mas o depósito original continuava a crédito do depositante original. Esse montante também podia ser usado. O dinheiro, isso é, dinheiro para gastar, acabava de ser criado. E que ninguém se espante com isso - o processo é utilizado todos os dias. A criação de dinheiro por um banco é simples assim, tão simples na verdade que, como já disse muitas vezes, a idéia chega a ser posta em dúvida." "O importante, é claro, é que o depositante original e quem contrai o empréstimo nunca devem ir ao banco à mesma hora para depositar - ou para retirar o dinheiro. Têm de confiar no banco. Confiar a ponto de acreditar que ele não esteja fazendo o que naturalmente faz." Como dizia o título, não espalha! |
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