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Reporterisso13/06/02Fio condutor, o rio do tempo, Rio do tempo, do tempo do Rio, de Janeiro, de volta ao tempo - fevereiro, março, abril, maio, junho já. Tá-ta-ran-ta-tá, ta-ta-ran-ta-tá, no mar o repórterisso. Cashmere Bouquet. Enigma: alfinetes alfinetam almas no varal e o vento seca e disseca e o sol salga e o sal é só solidão. Tá-ta-ran-ta-tá, ta- ta-ran-ta-tá! Os últimos tempos andam pontilhados de deliciosas notícias sem importância. Policial é preso ao roubar nove reais de homem embriagado em bar da zona oeste. Vou repetir: nove reais, menos de quatro dólares. A notícia não dava outros detalhes. Muito? Pouco? Diga lá Doralice, que lhe parece? Uma semana de rango no bandejão da Central do Brasil e ainda sobra para um litro de pinga. Que lhe parece, leitor, nove reais? Três dólares e sessenta centavos ao câmbio do dia do assalto. Hoje, muito menos. Não dá para um cedê de música brasileira, gravado por empresa internacional multipoderosa, com direitos... com muitos direitos: de autor, de intermediador, de explorador... direitos a dar com pau, dá para uns quatro ou cinco cedês da mesma música copiado em fundos de quintais, para fazer jus a ser tudo um só e imenso fundo de quintal. Que buscas, bode para expiar? Solta as amarras, o sopra vento! Vai de Jack Daniel's Original Hard Cola? Não, dona Sabrina, o Jack não ficou duro com a cola, é só o nome de um novo uísque sabor cocacola, para experimentar quando começar o verão. Verão deles, lá. Isto, se tanto medo de terror deixar o verão começar. Fefeagagá ameaça: o Brasil pode virar Argentina! Depois, diz que não disse, como não disse se o castelhano, o peso e o tango seriam adotados. No sul, gaúcho irritado com certo vereador lhe manda de presente, com caprichado laço azul, uma jararaca. O vereador não foi mordido e, quanto à serpente, a notícia cala.
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