(de esporadicidade imprevisível)

Rumo ao Soylent Green?

20/10/17

 

Atenção: se você pretende assistir ao filme e não conhece a história, saiba que o último parágrafo conta a surpresa nele só revelada ao final da trama.

 

No início dos anos setenta, um filme de ficção científica, Soylent Green, supunha um cenário catastrófico de uma Nova York superpovoada e com um abismo a separar ricos e pobres. Aqueles moravam em prédios blindados e equipados com mecanismos de segurança, verdadeiros bunkers, estes se amontoavam pelas ruas, agora inúteis, devido à inexistência de gasolina - grande preocupação da época - e nos carros transformados em precários dormitórios e espalhados por toda parte. A cena retratava o mundo cinquenta anos depois, ou seja, dentro de menos de cinco anos, em 2022.

Lembrei-me da trama diante do polêmico alimento - ração? - oferecido pelo atual prefeito de São Paulo como complementação à merenda escolar. A discussão está em todas as mídias e a associação com o nutriente que dá nome ao filme parece inevitável. Nele, a parte pobre da população recebe do governo uma ração produzida pela poderosa Soylent e prefere, abertamente, a versão verde, às alternativas vermelha e amarela. Alegam ser o alimento fabricado a partir de algas e plâncton. No entanto, morre o chefão da poderosa Soylent e um detetive começa a investigar sua morte - assassinato? - e a desvendar uma trama macabra por trás daquela ração tão saborosa para o público esfomeado.

O enredo paulistano, além do prefeito recém-inaugurado como político, inclui o arcebispo estadual e mais promotores e outros juristas. Feita com alimentos rejeitados por supermercados, seria a Farinata uma ração nociva, inócua ou alimentícia? Estariam políticos e igreja estimulando seu emprego com o objetivo de reduzir a fome ou teriam interesses inconfessáveis? Estaríamos dando o primeiro passo na direção do Soylent Green, o alimento do filme, preparado com cadáveres de pessoas que optavam pela eutanásia e morriam em ambientes virtuais de um mundo não mais existente?

Fri, 20 Oct 2017 10:32:30 -0200

Que loucura...

      sem assinatura

O filme, sim, gostei muito, na época. Da Farinata não sei nada e não opino.


Fri, 20 Oct 2017 11:21:16 -0200

                                                           Genial!!!

                                                           O que estarão tramando?

                                                           Bjs Brte

Nunca sei, mas um amigo mandou um texto defendendo a Farinata, que você o pode ler abaixo.

Obrigado.


Fri, 20 Oct 2017 11:21:38 -0200

Para botar lenha nessa fogueira, um texto de alguém que trabalhou por 3 anos nesse projeto:

Fabio Vitta escreveu:

- Participei na coordenação técnica do projeto da 'FARINATA' por 3 anos, junto a pesquisadores, engenheiros, nutricionistas, médicos, economistas, advogados e outros profissionais; todos voluntariamente. Somos pessoas capacitadas, com bom senso e com formação científica e técnica de excelência.
1) A "Farinata" NÃO é uma RAÇÃO, esse foi um termo inventado e usado pela mídia, com viés político e ideológico; quem fala que o 'pobre' irá comer ração, farelo ou granulado apenas mente, simples assim;
2) Ela é um composto/farinha/alimento para ser utilizado como COMPLEMENTO na alimentação, na FORMA e na composição de biscoitos, massas, bolos, barras, sopas, etc, etc; ninguém irá comer farinha de colher; ela NÃO se propõe a ser a refeição ÚNICA das pessoas;
3) É um alimento processado sim, como um macarrão, um iogurte, uma geléia, um doce de leite, um pedaço de queijo e uma infinidade de alimentos que consumimos;
4) Ela evita o DESPERDÍCIO de milhares de toneladas de alimentos BONS, e de energia, água, trabalho e recursos naturais;
5) É um projeto financeiramente sustentável;
6) Não depende de dinheiro público;
7) Não é um projeto da Igreja Católica, mas é apoiado por ela, e por quem mais tiver boa vontade e honestidade;
8) Não é um projeto de algum partido político, de algum governo ou de alguma industria;
9) Não visa lucro, mas traz economia às industrias parceiras;
10) Se adequa e se adianta às diretrizes da PNRS e demais políticas ambientais
11) Se informem para avaliar; pensem nas pessoas e no meio ambiente;
- Quase 1 bilhão de pessoas carecem das calorias e nutrientes necessários para uma vida saudável;
- cerca de 40% do alimento produzido no mundo é desperdiçado nas varias etapas da cadeia de alimentos.


Abração

Ebert

Não tenho opinião favorável ou contra a Farinata. Apenas lembrei-me do velho filme que muito gostei na época. Desisti há muito de tomar partido ou defender ideologias. A razão sempre encontrará argumentos eloquentes para defender uma ideia tanto quanto a ideia oposta.

Obrigado. Os dados enrriquecem o panorama.


Fri, 20 Oct 2017 12:22:57 -0200

Credo!!!

Essa precisava botar em redes sociais - se é que você usa!

Bjs
Ana

Não mais. Fechei a conta no Facebook faz algum tempo. Mas você pode publicar à vontade, é óbvio. Onde quiser.


Fri, 20 Oct 2017 15:40:45 -0200

APLAUDIR DE PÉ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Que nem o bonequinho do jornal - já que se trata de uma crônica com referência a um filme - e que maneira G E N I A L de falar desta abominação de dar ração pra criancas e/ ou pobres!!!!
Eu não sabia detalhes do famoso Soylent Green.

Não entendi isso aqui (e acho que tá sobrando um “um”):
morriam em um ambientes virtuais

      sem assinatura

Obrigado.

Sim, estava sobrando aquele "um". Pedaços que restam entre outras correções, mas notei logo após publicar e já corrigi. Grato, anyway, pela gentileza de apontar.

Existem sinopses mais completas do filme na internet, principalmente em inglês. Quanto à ração, a polêmica é enorme. No site, entre os leitores, uns defendem a Farinata e outros a abominam.

Como para os miseráveis a vida era insuportável, o governo oferecia um "serviço de eutanásia" e longas filas se formavam em busca de uma morte suave em um ambiente virtual cheio das delícias do mundo de "antes".

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