Vou levar Sílvia ao baile, quer dizer... vou trazer Sílvia, que silva, à baila. Não faz muito contei a história de Bufa, bule da melhor estirpe, capaz de, como Sílvia, servir e não pingar, mas Bufa é apenas lembrança incapaz, agora, de fazer café. Sílvia, não, reluz e, soberana, parece toda perfeição.
Filólogos e etimologistas devotos terão arrepios de horror, mas Sílvia é Sílvia porque silva. Apita alto e bom som na tentativa de evitar catástrofes como as que já causei a um sem número de bules e chaleiras. Dirão os doutores da língua que o nome tem outra raiz, do latim: silva, silvæ e quer dizer selva, floresta enquanto silvo vem de sibilare, latim também, mas... e continuarão a agitar punhos rendados de togas.
Com os matemáticos, apostaria que Sílvia se esculpe em forma de parábola... de parabolóide. Deve haver meio fácil e preciso de saber se uma superfície convexa é, ou não, um parabolóide de revolução. Pelo reflexo, talvez, sim, por que Sílvia reflete como bom espelho. Olho para ela e ao me ver espichado imagino que deve ter derivado de algum farol de caminhão. Sim, tem um corpinho de farol e, pelo tamanho, deve ser de caminhão. Sílvia, chaleira nota dez.
O disco, que fecha a suposta carcaça de farol para fazer a chaleira, ultrapassa o limite da superfície parabólica e faz uma aba em toda volta, a impedir que o calor da chama suba rente aos lados como de costume. Ar quentíssimo que ameaça mãos e superaquece cabos. O cabo de Sílvia, esquisito, bem no cocuruto, não esquenta!
Um senão: a posição do cabo e do bicão, curto e grosso, com funções de bico e tampa, por onde se põe e tira a água, impedem que Sílvia seja usada, quando cheia de água fervente, do jeito clássico , com o bico para frente! Nesse caso o vapor vem sobre os dedos de quem segura o cabo e... queima. É preciso despejar a água fervente de lado.
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