Cade a cronica, me cobra pelo MSN. Digo-lhe que estou a procura e ela acha graca, embora eu nao lhe possa ouvir, e completa: quem procura acha. Em geral, este 'acha', no ditado, tem valor pejorativo, acho eu. Sugeriu-me, entao, faca um desenho e o publique a guisa de cronica e eu lhe pedi um desenho para publicar. Quem sabe, um dia, respondeu.
Outra me conta, pelo facebook, da beleza da lua na noite de ontem e lembra-se menina a decifrar no satelite o santo guerreiro e o temivel dragao, certissimos ao seu olhar infantil guiado pelo dedo instrutor de seu pai.
Uma violenta explosao na vizinhanca cria um silencio de suspense como se todos tivessem desligado suas maquinas para escutar melhor. Nada, nenhum vozerio, nenhuma sirene, apenas o som mudo da apreensao, logo interrompido pelo ladrar dos caes.
O sol se desembaraca das nuvens e apazigua os coracoes. No disfarce de verao, o outono da seus primeiros passos.
Num futuro previsivel o Portugues abolira todo penduricalho, acentos, cedilha e til, agora que o trema ja se foi. Sao superfluos, ja se ve e e possivel se entender sem ambiguidades com nossa futura lingua, nua de acessorios.
Ontem, a noite, o vento mexia um ramo de folhas bem perto da lampada do poste e criava vultos e assombracoes no chao. A rua de terra parecia se mexer.
Pequenos nacos de informacao se tecem, assim, e ao nosso dia. Muitas pessoas cuidam de nos oferecer, em ricas e ornadas bandejas, informacoes prontas para degustar. Sedativos para o pensar, para nosso jeito de decifrar. Fastinfo pronta a nos anestesiar.
Voce se mexe, a geringonca capta seu movimento e mexe igual o videogame. A microsuave garante que funciona tambem em salas pequenas. Qual realidade e virtual?
Nao achei cronica para hoje, que se tome este amontoado para simulacao.
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