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Sputnik04/10/02 |
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da TIME: "And over thousands of earthbound radios sounded the eerie beep... beep... beep from somewhere out in space."
EERIE a. assustador; estranho, extraordinário; tímido, acanhado. eerie, eery ee-rie ee'rie, ee'ry adj. [Scot., fr. AS, earh timid.J l. Affected with fear, as of ghosts; frightened; timid. 2. Serving to inspire fear, as of ghosts; weird; uncanny. - Syn. See WEIRD.- ee'ri ly, adv. - iee'ri ness, n. |
No dia 4 de outubro de 1957, há 45 anos, a humanidade viu um velho sonho se tornar realidade: poder jogar um objeto com tanta força que ele não caísse de volta na Terra. O Sputnik, o primeiro satélite artificial, coisa que hoje se menciona ao desdém, tinha escapado para o espaço sideral. Reminiscências de velho são muito chatas, mas me permito lembrar este quase meio século por razões diferentes da disputa de poder e tecnologia com a antiga União Soviética e do marco inicial do que viria a se chamar de era espacial. Lembro porque emoções fortes são as que deixam as marcas mais difíceis de apagar: o Sputnik me deu a primeira, se não a única, ocasião de ver meu pai chorar. O surpreendente feito da antiga União Soviética também juntou gente no meio da rua, no Rio, com o pescoço esticado a procura de um ponto brilhante no céu em inútil busca de uma bola prateada pouco maior do que a de futebol e com menos de 84 quilos.
A revista Time, de 14 de outubro de 1957, explicava que até mesmo as emissoras de rádio comerciais pegavam o sinal do satélite e citava, entre aspas, o locutor da NBC "Ouça o som que separa mais ainda e para sempre o velho do novo." No mesmo tom, a matéria continuava: "E através de milhares de rádios é possível escutar o misterioso bip... bip... bip vindo de um remoto ponto do espaço." Pela voz neutra e estrangeira procuro evitar fantasias, pois a imaginação não poderia reproduzir a emoção que aquele bip... bip... bip monótono foi capaz de produzir. Não o som, é claro, mas a crença em que o sinal vinha de algum lugar misterioso até então inacessível. Ao som daquele bip... bip... bip, meu pai chorou. Com uma frase de efeito a Time resume o estado de espírito da época: "... a reação da nação aos gélidos bips, de aplaudir uma poderosa conquista científica, logo se congelou nos rigores da guerra fria." |
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