"Todos os homens dizem que adorariam escutar uma conversa de banheiro feminino, mas talvez ficassem apavorados... Em banheiro de academia metade do que é dito poderia ser usado pra mandar internar as coitadas, tal é a neurose." - Há muitos anos recebi, por e-mail, este comentário de uma amiga, uma linda mulher. Ela seguia com sua observação aguda que, pelo bem ou pelo mal, não é o que importa aqui. Lembrei-me da cartinha - velho, continuarei a chamar assim o que um amigo escreve a outro, qualquer que seja o meio de transporte das palavras! - lembrei-me, pois, da cartinha quanto à curiosidade, posta em destaque por minha amiga: "todos os homens dizem que adorariam escutar uma conversa de banheiro feminino" - todos, afirmou, não deixando dúvida quanto à dimensão da curiosidade: masculina e universal. Esta anteontem teve rara oportunidade de saciar-se em prato esplêndido e grande estilo, quando Kyra Phillips, moça bonitinha como convém a uma apresentadora de televisão - não serei eu a chamá-la de âncora, a impedir o livre navegar por sete mares - a Kyra, dizia, deixou lá o presidente Busho a discursar com aquela cara de torturado pelas palavras em púlpito oficial embandeirado, para lembrar a passagem de Katrina - que se viesse uma letra depois teria nome mais apropriado ao estrago que fez - sua passagem pela romântica e pobre New Orleans e foi ao banheiro, como qualquer um de nós, só que esqueceu seu microfone de lapela ligado - parece que aboliram o fio, em definitivo - e durante mais de um minuto homens de todo mundo puderam escutar uma conversa de banheiro feminino, diretamente do 'washroom' da CNN. Se você quiser ver, ou melhor, ouvir (embora eu só tenha encontrado em vídeo) a mais profunda filosofia feminina de banheiro: www.youtube.com/watch?v=MW2EOV6lFTs |
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