autoria: José Lauro 

Uma poça

28/03/19

Às vezes imagino a vastidão dos oceanos como simples poça d'água. É, certamente, uma questão de escala. Inconscientemente nos tomamos como referência de grandeza: nosso próprio tamanho, nossas extensões através de ferramentas e instrumentos e a imagem em nossa mente do planeta e do universo.

Todavia, a minúscula formiga na beira de uma piscina talvez se sinta - se for dado às formigas sentir-se! - em uma praia oceânica ou no alto de algum fiorde ou coisa que o valha. Para um ser milhares de vezes maior do que somos, as imensidões tornam-se insignificantes, se ele puder tocar, por exemplo, com um dedo Nova York e com um do outro braço Lisboa, a mais de cinco mil quilômetros de distância.

A distância nos parece enorme mas, de uma perspectiva astronômica, é insignificante. A luz levaria menos de dois centésimos de segundo para percorrê-la! Para ir daqui até a estrela mais perto do Sol, na constelação de Centauro, seriam precisos mais de quatro anos, ou seja, mais de um bilhão de segundos, e não existe outra estrela mais perto. Os astrônomos usam outra fita métrica, subdividida em anos-luz e parsecs.

Então, olho para o mar, ora azulado, ora escuro, sempre a mover-se como um imenso ser vivo, a se espraiar até o horizonte e além, como essa poça singular limitada ao longe pela África, pela Antártica, posto estar Copacabana voltada para o sul/sudeste.

Perco-me na fantasia a ponto de ter a ilusão de perceber a 'curvatura das águas', certamente com a ajuda das belas imagens enviadas em tempo real pela estação espacial.

Assim são as realidades por nós criadas com palavras. Assim ergueu-se o fantástico mundo da ficção habitado por Peter Pan e Hamlet, terra de Gabriela e de Dom Quixote, conterrâneos do doutor Fausto e de Narizinho, solo fértil para brotarem insuspeitados frutos do cérebro humano.

Fri, 29 Mar 2019 07:08:55 -0300

Clode querido, como é bom te ouvir, adoro suas crônicas e está em especial me fez viajar na sua viagem. Obrigada
Saudade de você
Beijão
Tina

Oi, Tina.

Agradeço suas palavras. Que bom que você gosta.

Surpresa agradável essa da carona na viagem. Saudade também.


Fri, 29 Mar 2019 08:10:31 -0300

Imagens lindas – obrigada!
Bjs
Ana

Falas das imagens da Terra vista da Estação Espacial?


Fri, 29 Mar 2019 12:27:09 -0300

Muito bom! Ontem lembramos de você na exposição do Cristiano, saudades... E suas fotos, você ainda tem os negativos?

Abraços!
--
Biah Schmidt

Oi, Biah.

Esta exposição trouxe à tona velhos tempos. Você é a terceira pessoa a mencionar-me, por causa da vernissage, hoje. Recebi até algumas imagens da abertura, enviadas diretamente de lá, pelo WhatsApp. Foram tempos mágicos aqueles da enfoco.

Quanto aos negativos, finalmente desapareceram com minha mudança para o Rio. Não me considero fotógrafo. Meu pai, professor ilustre de Matemática, sempre repetia: "quem sabe faz; quem não sabe ensina"...

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