Crônica do dia |
Vizinhos
05/11/13
Por volta das oito e meia da noite, o telefone soa seu timbre irritante. Atendo. Era a filha de uma vizinha. Depois de mencionar minha ausência durante a ausência de sua mãe - "você nem vem me visitar quando minha mãe não está" - e demais formalidades de praxe, enfim me diz haver uma senhora em meu portão (havia, mas não usou a campainha!) por causa de uma gata, um filhote e mais detalhes. Ouvi e disse: obrigado, vou lá atender, e fui. De dentro de casa, não vi ninguém no portão, mas a luz de faróis de automóvel alteravam uma cena familiar. Saí e, por cima do portão uma cabeça se espichou, me cumprimentou e logo se desculpou pelo incômodo etc. Fui até lá e a senhora nem precisou explicar sua patente aflição. Contou ter visto, quando descia de carro a rua, uma gata com um gatinho na boca - que lhe pareceu já difícil de carregar - fugindo ou algo assim. Relatou ter ido até a casa da tal vizinha e, depois, à casa seguinte, onde mora um inglês, ela disse e eu corrigi: australiano, o qual informou que seus cachorros (são quatro!) tinham matado, por esses dias, dois gatinhos. Foi ao voltar, rua abaixo, que viu a gata outra vez - pareceu-lhe mais apavorada, disse -, vindo em direção ao meu portão e, ao chegar perto, com os faróis, ainda a pode ver entrar por baixo do portão. Perguntei se ela queria entrar. Declinou. Então, expliquei não tem mais cachorro aqui, o que a aliviou visivelmente, e que seria difícil os achar, de noite, devido à escuridão e ao mato alto, fora os locais de difícil acesso. Ela me descreveu a gata: preta, com as patas brancas e falou de sua paixão pelos gatos. Disse não saber se conseguiria dormir de tanta preocupação. Fez questão de deixar seus telefones. Busquei papel e caneta e os anotei. Prometi ligar, caso visse a gata ou ouvisse miados ou outros sons felinos. |
05 de novembro de 2013 02:19 tem q continuar essa saga ... sem assinatura Não, eles não apareceram. Ela deve ter-se refugiado aqui até o perigo passar. Depois, deve ter ido para casa. 05 de novembro de 2013 08:53 Gostei muito! Da estória e de como foi contada.bj sem assinatura Pois é, fui recebê-la no portão todo rasgado, do jeito que estava... 05 de novembro de 2013 09:34 E aí, cadê a gata?!?!?!?! sem assinatura Ela deve ter-se refugiado aqui até o perigo passar. Depois, deve ter ido para casa, você não acha? |
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