basta um clique!
Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.
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Vozes26/01/05O discurso é essencialmente masculino. Tanto o substantivo como o ato em si de falar alto, para muitos macacos ou melhor, para seleta e cultivada platéia - tanto faz. A questão é físico-fisiológica como as diferenças sexuais de aptidões esportivas, estes, do falar, são caracteres que se poderiam pôr, como os outros, no rol dos secundários. Falar alto e claro, com voz límpida e dicção perfeita, ter fôlego para grandes parágrafos requer, além de treino e jeito, equipamento apropriado. É, como se dizia, no elogio de um bom locutor: precisa ter gogó! Como se sabe e a qualquer momento se pode confirmar, mulher não tem gogó. Ainda bem! Imagine se tivesse! Qualquer desenhista logo completaria com verruga na ponta do nariz, queixo pontudo cheio de pêlos... Não, mulher não tem gogó, nem mudança de voz na adolescência. Essas delicadas estruturas, aperfeiçoadas para o conforto dos bebês, não têm entalada na goela a maçã do pecado, inclusive porque, neste caso, foi ela que deu e ele que comeu. Às mulheres cabe sussurrar, ninar, cantarolar, murmurar e, claro, fofocar, que ninguém é perfeito.
Apesar disso, muitas repórteres se fazem locutoras também. Basta ligar o aeme para confirmar. Existem exceções, como sempre, mas o corriqueiro é que o timbre da voz, a resistência a um discorrer prolongado, a pontuação necessária de ênfases e entonações e até a clareza do que se diz fiquem comprometidos com as locutoras. Voz bonita e falar agradáveis foram atributos que o rádio buscou em seus primeiros tempos, como hoje a tevê procura rostos bonitinhos para dar notícias. Claro que a moça do jornal oficial poderia ser feia de doer, meio corcunda, com um cabelo sujo e dois ou três dentes, no máximo num sorriso que procuraria evitar, diante de notícias que levam mais ao choro... mas o homem é um bicho visual. |
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