Zero Áries
Equinócio
de Outono:
noite e dia iguais.
Quero dias diferentes
e noites cheias de sonhos.
Treinar a morte ao anoitecer
e renascer a cada manhã...
O equilíbrio dos equinócios
sorri cínico aos solstícios!
E solstícios duram menos
que o eterno equinócio da repetição.
Da vida que a gente leva - ou leva a gente -
de casa para o trabalho, do trabalho para casa.
Cadê coragem para as grandes aventuras?
O medo comeu.
Cadê força de virar a mesa?
O medo comeu.
Cadê o sonho azul de mar e céu?
O gato comeu. Sem medo.
A estrada se bifurca
e a
gente, comodista,
escolhe descer.
E desce mais a cada bifurcação.
Ah, se como água descemos,
que possa o Sol, nos vaporizar
Poema de 22/9/1989, equinócio
de Primavera, modificado.
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