Amanhã, no Rio de Janeiro, a duração do dia terá um segundo a mais do que hoje. Em São Francisco, na Califórnia, o dia será um segundo mais curto, também comparado ao dia de hoje.

Parece nada, mas depois os acréscimos e decréscimos aumentarão. Até ontem, a situação se invertia: os dias seguiam diminuindo no Rio de Janeiro e aumentando em São Francisco. Esta mudança, de diminuir para aumentar e vice-versa, assinala a passagem da Terra pelo eixo maior de sua órbita elíptica, o eixo dos solstícios. O eixo menor coincide com os equinócios.

Uma amiga me telefona e, conversa vai, conversa vem, declara estar por trás de tudo que fazemos um tremendo esforço inconsciente para evitar deparar-se com nossa condição mortal. Disse ela... Antes preciso contar o que eu falei.

O assunto derivou para o tema da felicidade e lhe lembrei, então, a observação de uma psicóloga ou antropóloga norte-americana (a mim contada por outra amiga): "As pessoas não foram feitas para serem felizes, mas para procriarem.". Diante desta ponderação, a amiga ao telefone afirmou "tudo que fazemos, inclusive procriar, tem por objetivo nos afastar da consciência de que morreremos".

Depois, ela foi ainda mais contundente: "quem acha que não é por não ter ainda percebido a realidade". Alheia às tormentas psicológicas dos seres humanos, a Terra segue sua órbita segundo as leis de Kepler, aquelas que determinam maior lentidão neste trecho e seguir seu curso nos propiciará a continuidade das estações, enquanto o eixo de rotação continuar oblíquo em relação ao plano da órbita...

No Rio de Janeiro e em São Paulo teremos dias mais longos até o próximo solstício de dezembro. Em São Francisco, os dias encolherão até aquela data. Destes extremos siderais derivam os festejos de Natal e São João. Afinal, quase todos vão celebrar.

Thu, 21 Jun 2018 10:28:40 -0700 (PDT)

acho interessante a colocacao da sua amiga
sim, nos negamos a morte
eh uma piada, nao eh? a unica certeza q temos e a negamos 

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Bem, também achei, pois publiquei.
Uma piada que nos espelha como tentamos levar a vida.