"Aspirei a noite, num sereníssimo feriado ao pensamento."
Jorge Luis Borges, História da Eternidade, Trad. Carmen Cirne Lima, Ed. Globo, 2a. Ed., pag. 29"A fúria de compreender e, conseqüentemente, de minimizar, de mediocrizar - durante toda minha vida perseguiram-me com perguntas imbecis: Por que isso? Por que aquilo? - é uma das desgraças de nossa natureza.
Se fossemos capazes de entregar nosso destino ao Acaso e de aceitar sem fraquejar o Mistério de nossa vida, poderíamos estar próximos de uma certa felicidade, bastante parecida com a inocência."
Luis Buñuel - Meu último suspiro, trad. Rita Braga, Nova Fronteira, 1982, pag 245"Em minha juventude, na Espanha, só se conheciam duas maneiras de fazer amor: o bordel e o casamento."
Luis Buñuel - Meu último suspiro, trad. Rita Braga, Nova Fronteira, 1982, pag. 67."Até a idade de setenta e cinco anos, não detestei a velhice. Encontrava nela inclusive um certo contentamento, uma tranqüilidade nova e apreciava, como um alívio, o desaparecimento do desejo sexual e de todos os outros desejos. Não desejo nada, nem uma casa à beira-mar, nem um Rolls-Royce, nem, sobretudo, objetos de arte. Digo a mim mesmo, negando os brados de minha juventude: 'Abaixo o amor louco! Viva a amizade!'"
Luis Buñuel - Meu último suspiro, trad. Rita Braga, Nova Fronteira, 1982, pag. 356"É nesse sentido que nos romances e no cinema os loucos têm uma importância particular, a mesma que nos esforçamos em lhes recusar na vida, quando os qualificamos, precisamente, como loucos."
Jean-Claude Carrière e Pascal Bonitzer,
Prática do Roteiro Cinematográfico Tradução
de Teresa de Almeida, JSN Editora, 1996, pag. 116.
"Pede à mulher que seja boa e linda
- Vestal de um typo que o ideal revela...
Pois ser formosa é ser melhor ainda...
Se és boa - és luz... mas se és formosa -
estrela...
"Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo, menos a razão."
no Jornal da Tarde (14-8-93), citado pelo leitor Luiz N. Nabantino."É freqüente haver processos simples por trás das complexidades da natureza, mas a evolução, em geral, os mascarou com modificações barrocas e adições. Ver através da simplicidade que está por trás, que na maioria dos casos evoluiu mais cedo, é quase sempre muito difícil"
F. H. C. Crick, Thinking about the Brain, Scientific American, Sep, 1979, p. 188
"... nossa imagem interior do mundo exterior é, ao mesmo tempo, vívida e acurada, o que nem é surpreendente, face ao fato de que os seres humanos são animais altamente visuais. O olfato humano, em contraste, é muito vago."
F. H. C. Crick, Thinking about the Brain, Scientific
American, Sep, 1979, p. 181
[ volta ao poemeto ]
"O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo mais do que o têm."
René Descartes, Discurso do Método,
Abril Cultural, 1983, trad. J. Guinsburg e Bento Prado Júnior.
Pág. 29.
"Ao índio interessava muito pouco o passar do tempo. O futuro e, portanto, o amanhã, praticamente não existia. Existia o presente, mas tão imediato que resultava da sucessão de momentos. Vivido que fosse aquele momento, para que cogitar dele?....Porque o certo é que o animal continuava à sua espera no rio e o animal seguia vagando pela brenha, "sol" após "sol", enquanto o bom Deus os criasse para a flecha do caçador e o timbó do pescador!"
História do Calendário, Harnâni Donato, Melhoramentos, USP, INL (Série Prisma) 1976. (sobre a ignorância "astronômica" dos índios brasileiros).
"'Um ser que se habitua a tudo' é, segundo creio, a melhor definição que se possa dar do homem."
Recordações da Casa dos Mortos, F. M. Dostoievski, trad. Rachel de Queiroz, José Olímpio, 1956
" Os conceitos e proposições adquirem `sentido' ou `conteúdo' apenas através de suas conexões com as experiências sensoriais. A conexão destas últimas com os primeiros é puramente intuitiva, e não de natureza lógica em si mesma. O grau de certeza com o qual essa ligação intuitiva pode ser admitida é a única diferença entre a fantasia desprovida de conteúdo e a `verdade científica'."
Albert Einstein - Notas Autobiográficas - 1946.
"Quando eu era um jovem razoavelmente precoce,
fiquei impressionado com a futilidade das esperanças e
dos esforços que atormentam incansavelmente os homens durante
toda a sua vida. Além disso, muito cedo percebi a crueldade
dessa busca, que naquele tempo era muito mais cuidadosamente disfarçada
pela hipocrisia e por palavras brilhantes. Todos estavam condenados
a participar dessa busca pela mera existência dos seus estômagos.
O estômago talvez se saciasse com essa participação,
mas não o homem, na medida em que é um ser pensante
e dotado de sentimentos."
Albert Einstein/Notas Autobiográficas(1946),
trad. Aulyde Soares Rodrigues, Nova Fronteira, 1982.
| volta ao poemeto |
"Na verdade, é quase um milagre que os métodos modernos de instrução não tenham exterminado completamente a sagrada sede de saber, pois essa planta frágil da curiosidade científica necessita, além de estímulo, especialmente de liberdade; sem ela, fenece e morre. É um grave erro supor que a satisfação de observar e pesquisar pode ser promovida por meio da coerção e da noção do dever. Muito pelo contrário, acredito que seria possível eliminar por completo a voracidade de um animal predatório obrigando-o, à força, a se alimentar continuamente, mesmo quando não tem fome, especialmente se o alimento usado para a coerção for escolhido para isso."
Albert Einstein - Notas Autobiográficas - 1946, Nova Fronteira.
"O leitor poderia pensar que tal representação do mundo é completamente insuficiente. O que significa definir um fenômeno pelas coordenadas x1, x2, x3, x4, se estas coordenadas nada significam em si mesmas?" .... "A vários pontos móveis correspondem outras tantas linhas análogas de nosso contínuo. As únicas proposições relativas a tais pontos as quais corresponde uma realidade física, são as afirmações referentes a coincidências ou encontros dos mesmos." .... "O leitor se convencerá, refletindo sobre o assunto, que tais encontros são, realmente, as únicas comprovações efetivas de caráter tempo-espacial que encontramos no campo da Física."
A. Einstein, "La Teoria de la Relatividad al
Alcance de Todos", Ediciones. Alda, Buenos Aires, 1946. (a
data do prólogo é 1916 e da "adicion a la tercera
edición", 1918, assinado por A. Einstein. Em nenhum
lugar está escrito Albert, pode ser um primo... Também
não há nome do tradutor...
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