Infinitos
06/09/18
Ao dia seis de setembro calharam poucas crônicas ao longo de seus vinte e um anos, apenas quatro. Uma no século passado e três no novo milênio. Duas trazem cogitações avulsas a propósito de infinitos. O universo a estender-se sempre mais, a responder com mais universo à pergunta "que vem depois"? Um local misterioso onde as paralelas enfim se tocam? A dízima periódica a cuja mantissa se acrescenta o período desde Grécia antiga? A quantidade de pontos existente em um segmento qualquer? O tempo a desdobrar-se desde muito antes do bigue-bangue até bem depois do fim dos tempos? Ah, a ideia de não ter fim é apenas uma ideia, mas fascina o Homem em seu âmago! Tem o encantamento das abstrações exclusivas de sua mente. Tangencia o imponderável das matérias de fé. Em muitas ocasiões ao longo da vida me surpreendi embasbacado ante a ideia do infinito. Como contei em "Rótulos", a primeira vez foi a contemplar o rótulo vermelho de uma lata de fermento em pó, que reproduzia uma imagem da lata no rótulo e, criança, imaginei que, embora não pudesse ver, pois cada nova lada era muito menor, a série de latas não teria fim... Era uma aquisição valiosíssima aquela compreensão do infinito. Depois surgiram-me outros infinitos nas lições de Matemática, vieram as dízimas periódicas, absolutamente cristalinas ao dividir dez por três e muitos outros, na Geometria, em Limites, como o número Pi, comprimento de qualquer círculo medido por seu diâmetro, inúmeras raízes, os logaritmos etc. Por fim, apareceram-me pessoas com o sincero desejo de ter uma vida infinita, irremediavelmente inconformadas com a certeza absoluta da morte e o velho 'infinito' escancarava seu significado etimológico em desafio à própria Vida, milagre espetacular compreendido entre o início e o fim. Um implica o outro na sucessão de gerações. |
Mon, 10 Sep 2018 21:43:22 -0300 Se pode existir algo infinito quer dizer que existe algo que não morre. a mas que disse que o universo é infinito mesmo? sem assinatura Para mim é impossível concebê-lo dos dois modos. Infinito, tão irreal quanto a existência de infinitos pontos em um segmento de reta ou finito, seguido da pergunta "e o que tem depois?" |
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