De todo lado se clama contra a pirataria. Senhores passíveis de toda suspeita erguem estandartes e comparam piratas e demônios. Explicam fome, desemprego, aborto e quase tudo com uma palavra: pirataria! Não sou historiador e fui péssimo aluno em História. Já tinha filhos ao descobrir que tudo que aprendera era apenas a versão oficial e que os terríveis piratas que ameaçavam as caravelas com pau-brasil, ouro e outros mimos para Lisboa - via sempre o Capitão Gancho! - eram, em verdade, os tais piratas, marinheiros de outra majestade, a da Inglaterra e sabe-se lá o que mais não nos omitiram por conveniência ou ignorância mesmo. Hoje, entre os que lideram a luta contra a pirataria, como mulheres mineiras a lutar com deus pela liberdade e nos levar à ditadura, vê-se o homem mais rico do mundo. Em vez de viver, perde o sono comigo e outros que não podem pagar no quinto mundo - o dos infernos? - o preço que se estabelece lá, em vales de silício ou de ouro ou o que for.
Ora, que nada sei de História e nem me ligo em histórias. Ouvi contar desse senhor como de um grande pirata. Fala-se que, em seu começo, "roubava" idéias e códigos de quem engatinhava na alvorada do novo mundo: IBM, Apple etc. Já arrisquei meu pescoço por abordar este assunto. Parece sagrado: primeiro mandamento: não falar sobre isso em vão! Eu falo e perplexo vejo os que reclamam usam Canons e Nikons, pirateadas no século passado de Leica e Zeiss Ikon. Aceitam tudo do Japão, fênix das bombas norte-americanas assim, país-pirata sob o riso cínico de "tio Sam", que chupa tudo também. Não tem fim. Idéias são idéias, basta pescá-las. Estão ao alcance de qualquer anzol, mas isso é outra história, para outro dia. Ter orgulho de sua produção intelectual me parece o mesmo que achar linda sua obra - e que se entenda bem o sentido que se dá à obra, aqui.
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