Há seis anos tinha início o Sítio do Clode em algum computador da Califórnia, numa comunidade, GeoCities, que se propunha a utopia de garantir a qualquer um o direito a uma homepage, o direito ao berro, ao nome em letras garrafais de néon virtual a piscar para multidões ainda mais virtuais, em marquises também imaginárias de algo que mal se poderia imaginar no que ia dar: a internet.
Eu, muito menos poderia imaginar estar diante do finzinho dos, digamos, anos dourados da internet, que num ritmo louco de inovações inventava plug-ins para tudo, na tentativa de atualizar, adaptar e dominar. A rede parecia em mãos da turma dos computadores, de pesquisadores universitários etc. Num piscar de olhos, chegou o pessoal de pastinha e gravata, tomou conta de tudo e impôs novas regras.
A mania, que me faz escrever esta crônica esporádica, destinada a se perder como berro de vaca, vaca que todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro, escrevê-la e, além de a enviar a meia dúzia de amigos, também a deixar disponível na internet "para que qualquer um a possa ver" e, usufruir do explícito "copyleft: pode copiar tudo que quiser", essa mania vem de longe.
A primeira manifestação que deixou rastos foi um jornalzinho mural, de 1954, colocado no quadro de avisos do Colégio de São Bento, Rio. Depois, veio "O Mentiroso", que teve o privilégio de sofrer censura dos monges! Como na Idade Média! Foi proibido de circular! Seguiran-se, muitos e muitos anos depois, "O Ciclo", em forma de carta circular e, por fim, esta série, que chega ao seu sexto aniversário no exemplar número 451,fora alguns extras, por confusão de numeração ou outros motivos...
Todavia, como com a mãe de Camus, esta era a de ontem, dia 5, pois a mensagem original do Sítio do Clode é de Mon, 5 May 1997 15:22:25 -0300. Mas que é ontem, um dia, seis anos?
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