Publicação esporádica destinada a perder-se como berro de vaca que, todavia muge, apesar da inutilidade declarada de seu berro.
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Patriota08/09/03Crianças brasileiras serão obrigadas... ora, tanto bastaria, pois obrigar, seja lá ao que for, deseduca. Quem deseja que as coisas lhe sejam impostas? Quem gosta do imposto, ainda que se trate de algo prazeroso quando não obrigatório? Até beijo, sorvete e chocolate podem ser detestáveis se impostos como obrigação. Mas, para concluir a frase: as crianças brasileiras serão obrigadas a cultuar hino e bandeira nas escolas de todo país! É dona Sabrina, dessa vez a senhora ouviu direito: o metalúrgico, que nunca foi de direita nem de esquerda, 250 dias após receber seu primeiro diploma, obriga a todas as crianças do Brasil à louvação de hino e bandeira nas escolas, já chatas por natureza. Meninas e meninos serão obrigados ao rito grotesco de levantar a bandeira no pau e ouvir, sem entender, um hino que os mestres, dificilmente, conseguirão entoar sem escorregões. As notícias não me esclareceram sobre os indiozinhos: a eles também se obrigará a levantar bandeira e perfilar-se à terra mais garrida em fúlgidos raios nas sempre plácidas margens do Xingu? Especialistas pareciam confusos diante da novidade e comentaristas não sabiam o que comentar, pois até outro dia tais patriotadas eram coisa de milico e lembrança incômoda da ditadura, época em que insinuante calcinha a imitar outra, britânica, provocou leis duríssimas sobre usos e restrições de uso de símbolos da pátria, principalmente, restrições. Agora, confusos, lembravam uns e outros o amor de norte-americanos, franceses e outros "povos desenvolvidos" às suas bandeiras e brasões... O meu hemisfério, o meu continente, o meu país, o meu Estado, o meu rincão, meu bairro, minha rua, minha casa. Segregação. O homem se identifica com um grupo, subgrupo, parentes para se sentir mais forte. Assim divide e faz Afeganistão, Iraque, Israel, Palestina, Texas...
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