Vago e nebuloso é o começo de todas as coisas

Púcaros

23/09/16

O púcaro búlgaro... Certamente existem púcaros de todas as origens e aquele, supostamente fabricado na Bulgária, talvez o tenha sido, de fato, apenas na imaginação do escritor, cujo nome desconhecia, apenas pela agradável sonoridade resultante da junção daquelas palavras: púcaro e búlgaro.

O livrinho dormia entre muitíssimos outros nas estantes de meu pai e seu título, estampado na lombada, atraía-me adolescente e ecoava no fundo de mim: "O Púcaro Búlgaro"! Apesar disto, jamais o peguei para um exame mais minucioso e nunca o cogitei de ler.

Longe das estantes não mais existentes, corri a dicionários e ao oceano de informações nem sempre confiáveis da internet na esperança de aprender a respeito do livrinho que tive em mãos e nunca li.

Logo soube ser seu autor Walter Campos de Carvalho, um escritor mineiro, que adotou São Paulo como tanta gente vinda de tantos lugares, e ter sido a obra publicada em 1964. Duas certezas: não era mais "um adolescente", ao topar com o livro na estante paterna e meu pai o comprara por ocasião de seu lançamento pois, pouco depois, me mudei para São Paulo e me afastei daquelas estantes.

Os dicionários me contaram ser púcaro um pequeno recipiente, com asa, usado para retirar líquido de recipientes maiores ou um pequeno vaso com asa para beber água, ou seja, uma caneca e, pelo menos em Portugal, púcaro de água ser sinônimo de copo de água. São sinônimos: púcara e búcaro.

Aí percebi não me interessarem púcaros de qualquer origem e fascinar-me, apenas, a sonoridade da justaposição das palavras. Diante disto deixei ao autor, dito um escritor surrealista, as mazelas de confirmar a real existência da Bulgária, tema do enredo daquele opúsculo, de 110 páginas na edição original.

A Hilário, Pernacchio, Radamés, Expedito e Ivo Que Viu a Uva as delícias da Bulgária...

Fri, 23 Sep 2016 14:10:41 -0300

NUNCA SOUBE QUE PÚCARO TEM ASA!!!!!! Só ouvi esta palavra da boca do meu pai, e sempre entendi que ele se referia a potinho, cumbuquinha, como aquelas do restaurante japonês.

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Para mim ela só existia no título daquele livro, sempre associada a búlgaro. Lembro-me de caminhar pela Sorocaba e, com gosto, repetir mentalmente o título, talvez sem o artigo. Na verdade, não sabia com exatidão o que fosse púcaro e só agora busquei mais informação. Algumas capas do livrinho, vistas agora na internet, trazem ilustração de algo mais próximo de uma ânfora, porém com uma única asa.

Como disse, não me importo com o púcaro nem com a Bulgária, gosto das duas palavras lado a lado.


Fri, 23 Sep 2016 16:31:29 -0300

Púlcaro Búlgaro....
não, nunca esqueci.
sempre me encantei com este
títutlo... nada tão sonoro.
e li o livro e jamé esqueci.
e vou procurar o livro pra rever
desde o comecinho...

obrigado pela lembrança do Púlcaro...

Búlgaro

      sem assinatura

Bem, eu não li, mas deu vontade de ler...
Afinal, o surrealismo muito pode ser mais real que a realidade...
E engraçado também.


Fri, 23 Sep 2016 22:47:00 -0300

Um livro que fez minha alegria quando o li nos anos 60. Sensacional. Bom ver que tem mais gente fã do Campos de Carvalho. Grande abraço. Ebert

O título do livro me marcou pela vida afora, mas só agora o peguei para ler...
Espero ainda poder conquistar aquela alegria, mesmo tarde, melhor que nunca. Parto com com o humor e irreverência de Campos de Carvalho.

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