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Dr. Matrix [4]07/10/03
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notas: O mapa reproduz trecho a partir da série "Close-up: USA", publicada pela "NATIONAL GEOGRAPHIC". Este, que inclui os estados da Califórnia e Nevada, saiu em junho de 1974 - a coincidência de datas é obra do Acaso. Dados do mapa original: "Albers Conical Equal-Area Projection, Standard Parallels 29° 30' and 45 30' SCALE 1:1,700,000 OR 26.8 MILES TO THE lNCH." (aprox. 17km/cm) -mas não incluí escala gráfica.N. T.) Martin Gardner manteve, anos a fio, a coluna Mathematical Games, na Scientific American |
por Martin Gardner, trad. clode.kubrusly@gmail.com De volta à viagem para o oeste. Cheguei a Reno de avião, na noite de quinta, 28 de maio - um dia perfeito e um número perfeito. Passei a noite num hotel. Na manhã seguinte, cedinho, aluguei um carro, e parti rumo leste, até Sparks e dali para o norte, pela rodovia 33, até Sutcliffe, na margem oeste do Lago da Pirâmide. Já estivera ali quando criança, com meu pai, geólogo. Lembro que ele disse ser o lago o remanescente de vasto corpo de água, o Lago La-hontan, que cobriu quase todo o noroeste de Nevada, durante a idade de gelo do Plistoceno. Explicou como o lago era alimentado pelas águas da Sierra Nevada, trazidas sobretudo pelo rio Truckee, que atravessa Reno. Ele me levou de canoa a algumas das ilhas com formato cônico e que dão ao lago seu nome, em particular a Pyramid Rock, na margem leste. Guardo o exemplar do jornal dirigido por John Charles Fremont, explorador e político (chegou a governar a Califórnia), que descobriu o lago em 1844. Meu pai sublinhou a passagem em que Fremon descreve Pyramid Rock, formação calcária com 180 metros de altura: "Acampamos na praia, defronte a uma pedra notável ...que, do ponto em que a víamos, se parecia muitíssimo com o perfil da Grande Pirâmide de Queóps." Parei em Sutcliffe para comprar a licença de pesca. O Lago da Pirâmide está todo na Reserva Indígena do Lago da Pirâmide, dos índios Paiute. Não se pode pescar sem autorização deles. Com a licença, parti rumo ao norte, pela estrada deserta e empoeirada que circunda a margem árida do lago. Era um dia quente e sem nuvens. A janela da direita do carro me mostrava, além da sálvia, o azul da Prússia profundo do lago. Recortes ponteagudos e píncaros na margem oposta projetavam sombras na água e, por cima dos torreões as montanhas Nightingale ondulavam-se em suaves variações de verde e rosa. Antes de entrar em Pirâmide peguei uma estrada marginal, conforme as instruções de Iva. A estrada logo terminou diante do prédio pesado de uma fábrica, em concreto e aço, construído no formato da Grande Pirâmide de Queóps. Números enormes em vermelho sangue resplandeciam nas quinas da estrutura. |
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