foto de 110 de junho de 2015

Análpia

29/04/16

Conheci desde muito pequeno Análpia, em carne e osso, como se costumava dizer: era minha tia, mãe de primos queridos. Veio das Gerais, mineiríssima e figura marcante nos aniversários quando algum tio lembrava após se cantar o "parabéns": "agora, o 'peixe vivo' para Análpia!" Hoje está bem velhinha.

Pois bem, anteontem, com o estardalhaço padrão, os veículos de comunicação comunicaram o lançamento de um banco de dados com nomes utilizados por brasileiros para batizar ou registrar seus rebentos.

O lançamento do IBGE permite a qualquer pessoa saber em poucos segundos quantos xarás ela tem espalhados no território auriverde. Noticiários alardearam os totais de Marias e de Josés e mencionaram um ou outro jogador de futebol. É sabido alimentar-se a notícia de estatísticas.

Um outro sobrinho, sabendo incomum o nome, correu a questionar o banco de dados: Análpia? Resposta: "nenhum resultado encontrado". Bem, quem se deu ao trabalho de ler as notas daquela página aprendeu que isto não significa a inexistência de Análpia(s) no Brasil, pois "somente são apresentados os nomes cuja frequência é maior ou igual a 20 para o total Brasil".

Assim, será impossível ao consulente acessar os prenomes mais estranhos, frutos da infinita inventividade dos pais nossos deste vasto país. Ali não se poderá conhecer uma Elrese ou uma Estratela ou os estapafúrdios Petroswickonicovick e Jhaesneanflayquisheideix e seus irmãos, além de outras invenções de pais em busca do inédito, do genuinamente novo ou de um rasgo de criatividade.

Eles continuarão na velha lista de prenomes brasileiros (hoje, com uns 23600 nomes e a crescer). O IBGE anunciou "mais de 130 mil nomes diferentes", mas com critério diferente do nosso: lá, Ana e Anna são duas entradas, para nós, não. O mesmo vale para Camila, Camilla, Camyla, Kamila, Khamyla etc.

Fri, 29 Apr 2016 10:10:39 -0300

Ótima!
O meu deve passar de milhão...
Bjs
Ana

Por que você não testou? Basta clicar no link aí embaixo. Passa, claro nas matérias dos jornais aparece como o segundo mais usado, perde só para Maria.
Eu testei: resposta: "3.089.858 pessoas"... Gosto muito do nome e parece que, no mundo é o primeiro.


Fri, 29 Apr 2016 11:28:54 -0300

A D O R E I ! ! ! ! ! !
GENIAL, e que IBGE que nada, a lista preciosa é a sua!!!!!!
A Lucia deve gostar de ver a crônica com o nome (único) da mãe dela, né?

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Pensei nisto quando escrevi mas, até agora, calou.
Que bom que você gostou.


Fri, 29 Apr 2016 09:26:05 -0700 (PDT)

muito bom!

      sem assinatura

Valeu!


Fri, 29 Apr 2016 14:30:40 -0300

Aixa tb não deve ter rsrsrs

      sem assinatura

Engano seu, segundo o IBGE são "101 pessoas"...
:-)


Fri, 29 Apr 2016 17:32:39 -0400 (EDT)

Essa foi ótima, minha mãe não foi encontrada no banco de dados do IBGE, mas virou título de crônica! Seus leitores fora da família devem estranhar bastante.
Acho que esse outro sobrinho é o Gustavo né?
Adorei,
Beijos
Lucia

Sim, sim, meu companheiro na lista de nomes...
Assim que li sobre o site do IBGE mandei o link para ele e ele, de pronto, procurou por Análpia.
Por falar nisso, sua mãe usa o "a" com acento?


Fri, 29 Apr 2016 21:11:56 -0300

Tem razão. Não li a explicação.

G.

Pouco importa, somos uma dupla, eu li.


Fri, 29 Apr 2016 23:08:47 -0300

Olá Clode

Grata por mais esta crônica. É interessante mesmo poder saber quantas pessoas existem, neste imenso pais, que receberam o nosso nome.

Caso nascesse homem, eu me chamaria "Ricardo"; mas como cheguei menina, recebi o nome de Vera Lucia. E foi meu pai quem escolheu. Gosto desse nome, como amo o nome de meu pai: Vicente. (Esse é também o nome de um de seus filhos, não é? E é o nome de um de meus filhos também!)

Vi pela pesquisa do IBGE que, na década em que nasci, meu nome estava começando a entrar na moda. E teve seu pico na década de 60. Não imaginava que fosse assim.

Enfim, cá estamos descobrindo coisas novas a nosso respeito.

Beijos caro professor e cronista "nada aprendiz"

da Vera

Oi, Vera,

Sim, o pai de meus netos chama-se Vicente, um filho muito querido.

Você lembrou-me uma observação de meu pai, ouvida toda vez que se discutia o nome para algum recém-nascido, dizia ele: "é a pessoa que faz o nome e não o nome que faz a pessoa".

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