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O Totem13/09/01 |
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"do Aurélio:" "Jeová Malvinas e Pascoais |
Clama-se, como há quatro mil anos, por Jeová, o deus vingativo, o deus dos exércitos. As Malvinas e os Pascoais estão a postos em todas as redações, por todo o planeta, muito orgulhosos de seus poderosos computadores interligados e da fantástica velocidade com que as idéias de uns poucos contaminam muitos, como vírus, capazes de transformar cada Tróia em repetidora a propagar novos cavalos na rede de vaidades e egos. Malvinas e Pascoais participam de um jogo que mal percebem. De uma trama que jamais se propuseram entender. Malvinas sonham com o apogeu da carreira, chefias e mordomias, o mesquinho poder sobre a vizinhança imediata. Enxergam até onde vai o interesse pessoal. Pascoais, que amiúde compartilham as malvinescas ambições, ademais são servos do corpo, vítimas de hormônios, sucos e neurônios. Quase sempre, dão prioridade à relações extra-profissionais com as Malvinas, o que distorce ainda mais a visão. Todos os presidentes Buchos usam os meios de comunicação de massa, a mídia, para ter poder. Eles dependem desses meios. Não é possível ter poder sobre uma população de seis bilhões de pessoas sem meios para falar, aparecer, mostrar e catequizar multidões. No entanto, é muito raro ver jornalistas conscientes disso tudo. A grande maioria é de Malvinas e Pascoais. Alimenta-se a chama do nacionalismo, do patriotismo, do amor a pedaços de panos coloridos, desenhos de escudos, armas como as das roupas de super-heróis, hinos e outros ícones chamados de símbolos das pátrias. Agora, depois de tanto surrar a palavra global, depois de uma só moeda na Europa, depois dos computadores mostrarem não existir fronteiras, levanta-se o totem do deus patriotismo e se clama por oferendas de sangue e fumaça nos altares de sacrifício! |
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