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Enfermo17/09/01 |
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"aspas" "Simples negociantes deixaram os seus balcões para se improvisarem capitães, coronéis, generais, sem terem passado pelas aulas de academias militares; em breve igualam na 'arte de guerra' os seus colegas do Velho Continente, e como eles conseguiram brilhantes vitórias à força de prodigalizarem balas, milhões e homens." "Ora, quando um americano tem uma idéia, procura logo outro americano que a partilhe com ele." Trechos do início do livro Da Terra à Lua, de Júlio Verne |
Faltam cinco dias para o equinócio, início da primavera ao sul e do outono no norte. Faltam cinco dias para o fim do inverno pelo calendário e, no entanto, parece que só agora o inverno vai começar. Não é novidade, no ano passado foi a mesma coisa, com dias de muito frio alternados com calor de verão durante toda a primavera. O primeiro frio também chegou cedo este ano e, em 2000, o último veio tarde. Fala-se do tempo para puxar conversa e aqui, como falta leitor, a três por dois se fala de chuva, vento e, sobretudo, do frio. Porém, por mais que se puxe ninguém aparece para empurrar conversa. A madrugada de hoje surpreendeu: nove graus! Temperatura para geladeira nenhuma botar defeito. Verdura já começa a reclamar. Até as moscas deram um tempo (onde se metem?) Depois dos dias quentes de inverno cheios de insetos, crentes que era verão, chega esse enviado antártico, ou melhor dantártico, para sublinhar a imagem do inferno glacial, sem a lareira que é costume atribuir ao diabo. Conversa vai, conversa vem e ninguém fala da equipe do novo pesadelo norte-americano. Quem é o roteirista? Qual o montador, o diretor? Eles dominam a arte mas, dessa vez, o timing surpreende. Uma coisa é a reação do cão no calor da luta. Morde, rasga, dilacera. Outra, totalmente diferente, é o planejamento metódico, frio, a ação calculada. Veremos como esses ingredientes se misturam nas cabeças. Em muitas cabeças, por mais que se queira repartir outra vez o planeta da globalização em blocos e fragmentos com bandeirinhas espetadas. Desde pequeninos aprendemos a torcer por um time, contra os outros. A competir com o colega da carteira ao lado, na escola, no pátio de recreio, no trabalho, na vida. O nacionalismo é uma praga destrutiva, intriga a negar sermos uma só humanidade, todos células desse corpo enfermo como, certa vez, Elke Maravilha explicou... |
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