crônica do dia

 

A palavra

25/07/01

 

Não cultivo o temor de pronunciar o nome de deus, como os povos semitas, que inventam corruptelas ou abreviações para o não falar em vão - grande pecado, o segundo na hierarquia das tábuas de pedra de Moisés, o mago do Egito. Mas compreendo esse pudor diante de uma palavra que se vê prostituída, usada por todo mundo, a toda hora e para tudo. É o que acontece com amor, a palavra.

Amor pode significar todas as coisas. Do ato sexual cru, à experiência mística transcendental. De coisa bonitinha, ordinária ou não, ao punhal cravado no coração de Julieta. O dicionário, por precaução, registra uma longa lista de significados e locuções abonados por poetas e acadêmicos daqui e de Portugal! Amor pode significar muitas coisas!

Aliás, amor é uma palavra de pouco uso nestas páginas, pois se pode ter tantos significados, quase sempre acaba sem qualquer significação. Outro dia, por curiosidade, pedi aos autômatos das entranhas dos computadores, que dessem uma busca e me dissessem em quantas crônicas ela aparece. É o tipo de coisa que a máquina faz com eficácia e rapidez, apesar da burrice. Aparece em 12, das 292 crônicas anteriores, em 4,1% delas. Nas 588 páginas do sítio, há 18 onde aparece a palavra (fora esta, é claro) o que reduz a média para meros 3%.

Não significa, no entanto, que aquelas 12 crônicas falem de amor, necessariamente. A palavra pode estar lá numa citação ou no título de uma obra, por exemplo. De todo modo, eis a lista:

sem título (29/01/1998)
Caligrafia (04/12/1997)
Enlatados (05/12/1997)
Espinhos (22/12/2000)
Insignificante (08/01/1998)
Instante efêmero (19/03/1999)
Manchete (15/09/1997)
Notícias (16/04/1998)
O Pregador (21/08/1997)
Princesa (01/09/1997)
Recados (15/12/2000)
Saudade da estrela (26/09/1997)

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